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domingo, 18 de março de 2012

Os Bartenders do Futuro - Ricardo Subelzú (PORTUGUÊS)



No seu primeiro artigo para nosso blog o Diretor e Instrutor da Cocktail Club (Uruguay): Ricardo Subelzú nos dá sua opinião de Bartender apaixonado por aquilo que escolheu como profissão e modo de vida (assim como muitos de nos) sobre um assunto delicado e polémico, mas que na realidade e muito comum em cursos e escolas de bartenders.

Os Bartenders do Futuro
¿Informalidade ou Compromisso?

 “ Antes das festas de final de ano, chamamos um bartender com dois anos de experiencia para trabalhar em um evento particular, acordamos todos os detalhes e confirmou sua presença, ligou para gente no dia do evento, algumas horas antes para dizer que não poderia ir, o motivo: “TINHA ME ESQUECIDO DE UMA FESTA DE FINAL DE ANO COM UNS AMIGOS”

Bartender, Barman, Flair Bartender, as escolas de coquetelaría formamos, educamos pessoas todos os días que chegam aos nossos centros de ensino en busca de … do que?

Das centenas de meninos e meninas que recebemos em nossa escola ano após ano, são poucos, diria contados nos nossos dedos da mão os que realmente sentem um verdadeiro interesse em fazer dessa profissão, muito mais que uma vitrine  para alimentar seus egos, ou uma alternativa de estudo para cumprir com as exigências de seus pais.

Ano após ano o problema fica mais evidente, as roupas usadas para assistir  as aulas, a linguagem utilizada com colegas e professores, a postura e comportamento na sala de aula, o abrir a boca, não para colaborar ou perguntar para esclarecer dúvidas , mas sim para atrapalhar a aula e prejudicar os colegas, as constantes ausências sem motivos, a falta de interesse de investigar sobre tarefas designadas, e até se surpreendem se pede para criar um coquetel… em um curso de barman, realmente para quem como nós temos o orgulho de ser instrutores, nos deixa perplexos.

O compromisso com o trabalho é também um exemplo dos novos “bartenders”, perambulam por diversos bares e empresas onde não duram três semanas, são “barmanagers” com menos de seis meses de experiência real e contínua, fazem  uma temporada de dois meses em um balneário de moda e acham que já sabem tudo…e assim continuam nessa vidinha.

Na área de Flair  a informalidade é uma constante que se transmite desde os instrutores, que na busca de um crescimento pessoal muitas vezes rápido demais, devem equilibrar o querer ser como Christian Delpech ou Danilo Oribe, com trabalhar para conseguir o dinheiro para poder se manter,  pelo qual  assumem compromissos com escolas, empresas de bebidas, donos de bar, aos que devem se  somar seus shows particulares, horas de treinamento, competências no exterior e ainda mais.

¿É esta classe de estudantes, esses que acreditam que podem passar por cima de tudo, mas não lembram do que falamos na aula passada e o que é pior, não lhes interessa,  que estarão nos bares no dia de amanhã? ¿É essa classe de bartenders, egoístas, egocêntricos e informais que  levarão o legado dos grandes bartenders de nosso passado e  presente pelos bares do futuro?

Das centenas de alunos que recebemos em nossas aulas ano após ano, são poucos, diria contados nos dedos , que fazem sentir que nosso trabalho no dia a dia não foi em vão,  vemos que se interessam constantemente em aprender, investigam, perguntam, criam e voltam por mais, qualquer informação que tenhamos para eles é pouca, e continuam estudando, aprendendo e crescendo día a día. Os vemos trabalhando e crescendo nos seus bares, nos melhores, orgulhosos mas não egocêntricos,  fazendo sucesso, mas humildes, profissionais de verdade, longe da  informalidade. São o orgulho do nosso trabalho, e de nossas escolas, e certamente serão de nossa profissão. 

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